Subjetividade

A subjetividade ao meu entender é um dos aliados mais fortes de um fotógrafo,ter o senso para escapar do icônico é o que para mim diferencia fotógrafos de "clicadores", subjetividade no olhar, subjetividade no entender da cena, hoje vejo muitas imagens iconicas, que por muitas vezes por nos darem tudo tão mastigado tão iconico acabam por perder o "glamour", imagens muitas vezes com técnica perfeita, porem sem o fator instigante que nos move a pensar.A imagem a seguir me motivou a este post:



Me deparei com esta cena cedo pela manhã,enquanto esperava pelo ônibus para ir trabalhar(álias perdi o ônibus, mas não a foto),vejo no ponto de ônibus no lado oposto da Avenida, a placa ao fundo onde se lê "LIVRE!", um senhor a esquerda lendo seu jornal, um outro senhor dormindo ao chão, e uma garrafa de bebida sobre o banco.Então penso eu,o senhor com seu jornal está tão preso a seu mundo que tampouco percebe a presença de outra pessoa,o senhor dormindo ao chão está tão preso as suas limitações sociais(percebe-se ser um provável morador de rua) que recorre a bebida para tentar fugir de sua realidade, olho então para a garrafa de bebida, e percebo que ela sim, um ser inanimado, é o único objeto em cena...realmente... LIVRE!


Trabalhe a subjetividade, mesmo não fotografando a cena...perceba-a no seu dia a dia, a imagem a cima se não fosse pela subjetividade de todo o conjunto, não teria me instigado a registrar a cena.

Desculpas

Peço desculpas a todos que tentam acompanhar o blog, por minha falta de comprometimento,eu como acompanhante de outros blogs, sei bem o quanto nos desanima ao ver um blog sem posts a muito tempo.
Ando realmente sem muito tempo e sem muita cabeça para posts,tentarei atualiza-lo sempre na menor brevidade possível, espero que continuem acompanhando o blog pois creio que um melhor entendimento para construção/interpretação das imagens acarreta em um melhor profissional no mercado.

Abraços a todos.

Marcelo Vicenzo

Leitura

Mês corrido...Sem tempo de postar, mas durante esse mês, estive lendo bastante nas minhas poucas e noturnas horas vagas, me surge na cabeça então um novo post...“Leitura”.

Ultimamente muito se fala sobre a fotografia de filmes, tais como,O Fabuloso Destino de Amelie Poulain,O Labirinto de Fauno,O caçador de Pipas,etc... venho aqui propor a “fotografia de livros”, um laboratório para exercitar o lúdico e para sermos nós mesmos os diretores de fotografia,a ideia é escolher uma ou mais “cenas” de um livro que já tenhas ou estejas lendo, cenas que tenham mexido com as suas emoções.. se forem sequenciais melhor ainda...reproduza esta cena,fotografe-a, releia o trecho escolhido...se atente a detalhes.. era dia?!? tarde?!?! ensolarado?!?!chuvoso?!?!...em um primeiro momento sugiro uma cena simples de fácil composição, e posteriormente cenas mais complexas, divulgue a imagem, aqui nos coments, no seu orkut...entre amigos... de apenas o titulo do livro de onde tirastes a cena... e veja a reação da leitura da imagem nas pessoas, de preferência entre aquelas pessoas que ja tenham lido o mesmo livro.Espero que este post ajude no desenvolvimento do lúdico individual.

* Tentarei postar ao menos uma vez por semana, se possivel até mais.

Pensando a imagem

O momento pré clic abre uma infinita variedade para o fotógrafo, paciência é palavra chave nessa hora .. tendo a imagem abaixo como base, algumas dicas:



Sempre analise toda a area em volta, literalmente 360º, fique atento a detalhes, nesta imagem que me tomou cerca de 10 min para achar a melhor tradução do significado pessoal, minha intenção foi valorizar o vaso, posto que o mesmo já não se encontrava com valor comercial(estava de lado das demais obras sobre um banco) sua borda havia quebrado.Determinado isso, busquei o melhor ângulo que ajudasse a valorizar a beleza no imperfeito , deixei as pinturas a esquerda da imagem em 2º plano com desfoque, para que o vaso, suas linhas e texturas e principalmente a borda quebrada sejam realmente o assunto principal, nesta foto ainda fui presenteado com a mulher no 3º plano dando a impressão de ater-se ao vaso ao invés das pinturas(esse foi puro fator sorte),por isso antes de clicar pense nos elementos em volta do assunto principal como suportes a sua mensagem.
Luzes e sombras,linhas geométricas tambem são importantes, mas este blog não é sobre técnicas.


* Neste post quis apenas tentar repassar o que que senti, tentar colocar o leitor em meu lugar...seguir minha linha de raciocinio... de forma alguma quis influenciar na leitura da imagem, está é extremamente pessoal, é feeling, alguns gostam, alguns não, aliás a leitura de uma imagem por parte do público é o que mais fascina em uma foto exposta,as reações diversas,e no final o que conta é isso, causar uma reação, qualquer que seja é um sinal de que sua foto,sua imagem, causou impacto na pessoa.

A busca de uma linguagem pessoal

A fotografia não é, de fato, uma simples reprodução da cena presenciada pelo fotógrafo no instante do clic. Há tempos ela é entendida como um testemunho,um depoimento silencioso que, assim como a pintura, a escultura e outras linguagens, carrega a marca do autor.
Fotografia é comunicação e não existe comunicação sem conteúdo. Daí a necessidade de o fotógrafo estar antenado com as coisas do mundo, investir em sua cultura geral e atualização profissional. A quantidade infinita de possibilidades que se abrem para o fotógrafo no momento do clic pode confudir os iniciantes, por isso é bom que você procure se exercitar mantendo a máquina fotográfica apontada para temas que mexam com suas emoções e despertem sua curiosidade,assim, você ficará mais a vontade para trabalhar a mensagem que quer passar com suas fotos.

Filosofia da caixa preta

Nasce o "Dentro da caixa preta", blog sobre fotografia, porém não sobre técnicas, estilos, tratamentos, a humilde pretensão deste blog é tentar contribuir para um melhor entendimento da construção da imagem, representação e entendimento, O nome dentro da caixa preta é uma alusão ao livro escrito em 1983, pelo filósofo alemão Vilém Flusser "Filosofia da caixa preta, ensaios para uma futura filosofia da fotografia".
Meu 1º contato com Flusser foi ainda durante o curso no SENAC, e justamente com este livro, minha maior surpresa foi que mesmo escrito há mais de 20 anos, o texto se encontra totalmente atual, ainda mais agora na era digital onde surge o "fotógrafo dedo solto". Creio que neste 1º momento o melhor seria apresentá-los a Flusser sendo assim segue abaixo o link para download do livro traduzido para o Português pelo autor em 1985.

Filosofia da caixa preta